No dia 18 de novembro, na Oficina, ocorreu um debate sobre o meu livro Cálcio. No dia 25, a atividade será uma conversa com o autor com mediação dos poetas Guilherme Gonçalves e Rafael Zacca.
Esta é a página do evento: https://www.facebook.com/events/437578176452501/
Cálcio, que ganhou o Prêmio Minas em 2011, é um livro escrito a partir dos desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais na América Latina, de ontem e de hoje. O primeiro editor que se interessou pelo livro foi o poeta e crítico português Manuel de Freitas, que o publicou em 2012 pela Averno (na contracapa reproduzida acima, basta clicar para ver, há um trecho da recensão de Maria da Conceição Caleiro sobre a edição portuguesa).
Há dois poemas no livro dedicado ao poeta argentino Julián Axat, que também escreve sobre esses temas (e há mais tempo do que eu), e muito me inspira. Com tradução de Anibal Cristobo, ele acabou por publicar Cálcio em seu pais na coleção Los detectives salvajes, da editora Talita Dorada, de La Plata. Excerto de sua apresentação foi também transcrito na contracapa da edição brasileira.
A edição brasileira foi enriquecida também pela orelha do poeta e crítico Eduardo Sterzi, que sintetiza muito bem o livro: nada, disseminação, dialogismo, canto.
centro da voz:
afunda o nada;
extrema foz,
o corpo falha,
no centro do osso
o oco nos cala,
junta-se ao lodo
que nos recobre
da coisa em jogo
que a chama sorve;
centro do jugo:
um fogo foge
(contra a memória, rio vindouro,
o deserto do novo nada
seca a voz da garganta ao osso)
do anônimo
que jaz
só osso
e larvas
no fosso
por fardas
Armadas,
do corpo
que voz
só sopro
assas-
sinada
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