O Estado cobra dos olhos
direitos da bala;
a cegueira mostra aos olhos
como o Estado fala.
Viver na linha de tiro,
moradia crítica,
e o Estado abriga o tiro
na própria política.
Com a bala o Estado vê
enfim corpo adentro,
mas é no chão que revê
seu secreto centro:
o sangue, esteio mais sólido
da cidadania
de governos tão sólidos
quanto a hemorragia.
No entanto, existe a Justiça
e condena a luz
por ousar negar justiça
à ferida e ao pus
que tentarem sediar o Estado
em plena visão.
Tomou os olhos o Estado.
Nada mais verão.
Nada mais verão.
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