O palco e o mundo


Eu, Pádua Fernandes, dei o título de meu primeiro livro a este blogue porque bem representa os temas sobre que pretendo escrever: assuntos da ordem do palco e da ordem do mundo, bem como aqueles que abrem as fronteiras e instauram a desordem entre os dois campos.
Como escreveu Murilo Mendes, de um lado temos "as ruas gritando de luzes e movimentos" e, de outro, "as colunas da ordem e da desordem"; próximas, sempre.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A perda da terra e a poesia contemporânea brasileira

Escrevi no ano passado um texto para uma revista portuguesa sobre a perda da terra e a poesia brasileira contemporânea. Felizmente, o texto acabou saindo em outra, uma das melhores de literatura que temos hoje em nossa língua, a portuguesa Cão Celeste (número 10, dezembro de 2016). O periódico é publicado pela Averno, por onde saiu a primeira edição do meu livro Cálcio.
No texto, aludi a autores que tratavam, nos poemas que escolhi, da perda da casa (Leonardo Gandolfi), da perda da cidade (Fabio Weintraub, Annita Costa Malufe, Ricardo Rizzo), do país (Eduardo Jorge, Angélica Freitas, Paloma Vidal), do continente (Josoaldo Lima Rêgo) e do planeta (Marcelo Ariel).
Quis escolher essas questões já que estamos experimentando um momento de perda do país, sequestrado por criminosos (isto é, a face política do mercado) e pelo exército de reserva do fascismo, agora a censurar obras de arte.
É claro que, quando escrevi, no ano passado, a situação era bem menor pior. O que se chama de país está a degringolar a olhos vistos e vazados. Ademais, perde-se também o mundo, na banalização da catástrofe, fruto abundante do devastador modo de produção econômica.
Depois, para livro organizado por Gustavo Silveira Ribeiro (que me havia feito o convite inicial para a revista que não deu certo) e Tiago Guilherme Pinheiro, ainda inédito, ampliei o texto e, especialmente, acrescentei os poetas Reuben da Rocha e Dennis Radünz, bem como considerações sobre o último e brilhante livro de Annita Costa Malufe, que aparecia antes de forma um tanto lateral, eis que o tema somente havia aflorado no livro anterior.
Como se tratava de um simples texto panorâmico, citei poucos nomes na condição de críticos: apenas Cremilda de Araújo Medina, Eduardo Sterzi, Priscila Figueiredo, Robert Schwarz, Walter Benjamin, Machado de Assis e Sérgio Alcides.
Sei que não é fácil achar o Cão Celeste no Brasil. Se alguém quiser ler o meu pequeno artigo nesta versão, o que será interessante se, por acaso, não conhecer algum dos poetas mencionados, basta clicar nesta ligação.



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