O poeta
que fora de esquerda
agora a
encerrar discussões
com uma
cédula no fim da fala
O poeta
antes anti-
-establishment a estabelecer ditos
com o
fardão na ponta da língua
As
palavras do poeta outrora
censurado
servem hoje
de coluna ao diário de direita
de
banheiro aos cães do centro financeiro
– Cães de
guarda?
– Certo,
como o poeta
que
trocou a fala em risco
pelo liso
da farda.
Crê que
os títulos dependurados nos lábios
são os
melhores argumentos
e dedica-se aos títulos de crédito
O poeta
fora de esquerda
agora, do
lado em que depositam homenagens,
toda sua
retórica política
consiste
em distribuí-las
sem que
mudem de lado
– Lado?
– Ladra.
Em vão, porém.
Também as
coleiras são ladras.
Você ganhou o Prêmio Guavira pelo livro "Cidadania da bomba", na categoria de contos. O resultado saiu hoje, no Diário Oficial do MS. Veja aqui: http://www.spdo.ms.gov.br/diariodoe/Index/Download/42493
ResponderExcluirTá na página 20.
Parabéns!
Muito obrigado. A Secretaria de Cultura também me avisou hoje de manhã.
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