O vírus avisa:
o verme governa,
penetra no vácuo
da ferida infecta,
e a facada se afia
no visco do verme,
torna-se metástase.
Todo o país fere.
País genocida
com ovos do verme
dentro do palácio.
Devoram-no em breve.
Boca e ânus se uniram
no animal-flagelo;
é capaz do diálogo,
mas com o excremento.
Esta epidemia
tornada governo
edita epitáfios
como seus decretos.
O vírus revisa
no fôlego, a peste,
no sangue, o coágulo,
no governo, o verme,
e os corpos pré-cinza
andam pós-enterro
pelo sanitário
reino do deserto.
O vírus confina,
embora o governo
queira abrir o tráfego
a contínuos féretros,
e a cidadania
só assim se veja:
máscara mortuária
ou ração aos vermes.
Os que financiam
o governo infecto
transformam as fábricas
em caixões abertos.
O verme vomita;
tumor de si mesmo,
espalha-se em látegos
no próprio esqueleto,
e os sons da metástase
ecoam no vácuo
a lei do palácio.
Todo o país fede.
Vomitar o verme,
torná-lo rejeto
de nenhum minério
nesta nova mina
que a epidemia
abriu na política.
O verme vomita
o próprio epitáfio.
Existem vermes de todas as matizes e para todos os gostos. Esse "poema/verme", por exemplo, figura entre aqueles que ajudam a espalhar o terror em mentes indecisas e funciona como veículo de difusão de mentiras e espetáculo de canalhices !
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