Antes que seja publicada sua pesquisa sobre a obra política de José de Alencar, sobre que escreveu a dissertação de mestrado em ciência política, decidi deixar disponível o artigo neste blogue.
Ele me convidou para escrever na contracapa do segundo livro, País em branco (São Paulo: Ateliê, 2007), o que gerou esta nota:
Após as cercanias mineiras de Cavalo Marinho e Outros Poemas (2002), seu primeiro livro, Ricardo Rizzo segue um périplo mais amplo em País em Branco. Do poema longo "Plano de Segurança para Bagdá e Vizinhanças" ao irônico "Tristes Franceses", de Kigali em "Inútil Paisagem" a "Quem fez a Rússia", a trajetória culmina no impressionante "De um Lado do Rio Pinheiros" ("Estou pobre / feito o lixo das clínicas, o baço / que não usaram no transplante"), com epígrafe do autor de "Meditação sobre o Tietê". Esta poesia constitui "movimentos / através dos quais mantém / suas mãos presas / ao planeta". Suas soluções formais assumem, portanto, um firme compromisso com a imanência. Não outro é o caráter político dessa poética: "a manhã do país é uma chaga / que se abre a quem souber torturá-la".Abaixo, o artigo, em que tentei traçar as influências e as preocupações dessa poesia, e apontar a força dessa estreia e desse autor, confirmada no segundo livro. É rara uma boa estreia, ainda mais do que um bom segundo livro (tantas não-vocações morrem antes de reiterar-se). Com frequência, os poetas jovens e inéditos querem publicar logo (desconselho tal temeridade a quem não é Rimbaud...) e, mais velhos, tentam depois esconder seus primeiros rebentos. Há milhares desses casos, inclusive famosos, como Cecília Meireles.
Ricardo Rizzo não terá esse problema.
Que tal resgatar almas que ignoram a força da poesia?
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