O poeta português Manuel de Freitas, editor da Averno (http://editora-averno.blogspot.com.br/), lançou há pouco um livro de poesia meu, Cálcio, já disponível na livraria Paralelo W (http://paralelow.blogspot.com.br/), de onde retiro esta foto.
A impressionante imagem da capa, selecionei-a, por sugestão de Fabio Weintraub, da notável obra de Claudio Mubarac (http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1440&cd_idioma=28555).
Publiquei neste blogue um ou outro poema do livro, que podem dar uma ideia de seu caráter. Listo-os:
I. "Auto de resistência", em homenagem aos professores mineiros em greve, que eu teria lido na cerimônia de entrega do prêmio do governo do Estado de Minas Gerais, se ela não tivesse sido remarcada para uma data que impossibilitou minha presença. Começa assim:
o sangue ensina:
os professores
sob cassetete;
http://opalcoeomundo.blogspot.com.br/2011/12/algo-como-um-poema-auto-de-resistencia.html
II. Minha homenagem ao urbanismo carbonizador de São Paulo, 'Úlcera", a partir de Heine:
Onde se queimam livros,
pessoas serão queimadas?
Sou prefeito e não leio.
Prédios são meu negócio.
http://opalcoeomundo.blogspot.com.br/2012/01/algo-como-um-poema-onde-se-queimam.html
III. Um poema inspirado pelo empreendimento contrário ao direito internacional, inconstitucional, ecocida etc., que é o monstrengo elétrico de Belo Monte, "Monumento e passagem":
Substituir a história pelo monumento,
a primeira medida oficial
depois do massacre.
http://opalcoeomundo.blogspot.com.br/2011/11/algo-como-um-poema-construcao-de-uma.html
IV. Poemas com ossos, "As mandíbulas", inspirado em Alberto Heredia (http://opalcoeomundo.blogspot.com.br/2011/02/partir-de-heredia-las-mandibulas.html). Prefiro não citar nada:
http://opalcoeomundo.blogspot.com.br/2010/12/algo-como-um-poema-as-mandibulas.html
V. Minha homenagem ao código desflorestal e sua grande musa, "Alvará de demolição":
(cativo breu
propaga a sombra
dos palácios da república
às enxadas dos escravos:
http://opalcoeomundo.blogspot.com.br/2012/02/algo-como-um-poema-homenagem-as.html
VI. E um poema para o poeta e jurista Julián Axat (caso raríssimo - agora não lembro de mais nenhum - de alguém excelente nas duas atividades), e meu amigo, "Dentes e metacarpos", cujo título vem de um verso de um poema do seu livro médium.
Meu amigo para diante do abismo,
procura os pais desaparecidos;
o que encontrará, não sabemos,
o quanto suas mãos mergulharão
na matéria viscosa do nada, ignoramos,
que tipo de nada, porém humano,
dele retirarão, resta saber,
http://opalcoeomundo.blogspot.com.br/2010/07/algo-como-um-poema-dentes-com.html
A propósito, Axat também lançou livro novo, Neo (equipo forense de sí): http://coleccionlosdetectivessalvajes.blogspot.com.br/2012/09/nuevo-libro-de-julian-axat-neo-equipo.html
Este livro sim, vale muito a pena.
O palco e o mundo
Eu, Pádua Fernandes, dei o título de meu primeiro livro a este blogue porque bem representa os temas sobre que pretendo escrever: assuntos da ordem do palco e da ordem do mundo, bem como aqueles que abrem as fronteiras. Como escreveu Murilo Mendes, de um lado temos "as ruas gritando de luzes e movimentos" e, de outro, "as colunas da ordem e da desordem".
modestíssimo. livros seus que ainda não li estão no prelo das novas aquisições. realmente, ser ótimo na Poesia e no Direito é raro, mas acontece mais de uma vez. modestíssimo quem assim não (se) (auto) reconhece. parabéns! abr, Adriana
ResponderExcluirObrigado, Adriana, mas eu ainda estou tentando. Veja os cruzamentos que Julián Axat já está fazendo entre as duas áreas: http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=93418042002
ResponderExcluirAbraços, Pádua