30 dias de canções
Dia 29: Uma canção improvavelmente composta
"Wiegala", de Ilse Weber. Aqui, na voz de Anne Sofie von Otter, que a gravou no disco "Terezín": https://www.youtube.com/watch?v=cAN5qjcAn8w.
Ilse Weber era uma judia tcheca germanófona, como Kafka. O escritor morreu em 1924, não viu as políticas de invasão, conquista e extermínio que a Alemanha implantaria, que acabaram afetando sua família.
Weber foi assassinada em 1944 no campo de Auschwitz.
O campo de concentração de Terezín, a 60 km de Praga, serviu de propaganda para os nazistas: parte da elite cultural judaica foi levada à força para lá e o campo foi chamado de "assentamento judeu". Representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha foram levados para verificar suas condições e não perceberam nada de errado.
No entanto, os prisioneiros viviam sob ameaça de deportação para campos de extermínio, o que ocorreu a quase todos, e tinham que realizar exaustivos trabalhos forçados.
Nem todos artistas foram para lá: Schulhoff, por exemplo, foi morto no campo de Wülzburg.
Não era provável conseguir criar arte em um campo de concentração, no entanto em alguns lugares isso era possível. O pianista italiano Francesco Lotoro já conseguiu gravar parte dessa música.
Em Terezín, Viktor Ullmann criou a ópera que parodiava o próprio ditador alemão, O Imperador de Atlantis, que é uma obra-prima que lhe custou a vida.
Ilse Weber escreveu poemas no campo de concentração e musicou alguns deles, usando o violão.
"Wiegala" é uma canção de ninar. Quando as crianças de Terezín foram transferidas para Auschwitz, para serem mortas em massa, Weber quis ir com elas, e cantaram a canção na câmara de gás.
A doce letra apresenta três estrofes: na primeira, o vento brinca com a lira e toca suavemente, e o rouxinol canta. Na segunda, a lua é uma lanterna e olha para o mundo. No fim, comenta-se o silêncio do mundo: "Nenhum som perturba a adorável paz./ Durma, minha criança, durma também."; "Como o mundo está silencioso".
No fim, seria o silêncio dos mortos. Por isso, quase escolhi esta música para o trigésimo dia do desafio, a canção que lembra o mundo. Seria, porém, injusto com Ilse Weber e sua coragem.
Weber foi assassinada em 1944 no campo de Auschwitz.
O campo de concentração de Terezín, a 60 km de Praga, serviu de propaganda para os nazistas: parte da elite cultural judaica foi levada à força para lá e o campo foi chamado de "assentamento judeu". Representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha foram levados para verificar suas condições e não perceberam nada de errado.
No entanto, os prisioneiros viviam sob ameaça de deportação para campos de extermínio, o que ocorreu a quase todos, e tinham que realizar exaustivos trabalhos forçados.
Nem todos artistas foram para lá: Schulhoff, por exemplo, foi morto no campo de Wülzburg.
Não era provável conseguir criar arte em um campo de concentração, no entanto em alguns lugares isso era possível. O pianista italiano Francesco Lotoro já conseguiu gravar parte dessa música.
Em Terezín, Viktor Ullmann criou a ópera que parodiava o próprio ditador alemão, O Imperador de Atlantis, que é uma obra-prima que lhe custou a vida.
Ilse Weber escreveu poemas no campo de concentração e musicou alguns deles, usando o violão.
"Wiegala" é uma canção de ninar. Quando as crianças de Terezín foram transferidas para Auschwitz, para serem mortas em massa, Weber quis ir com elas, e cantaram a canção na câmara de gás.
A doce letra apresenta três estrofes: na primeira, o vento brinca com a lira e toca suavemente, e o rouxinol canta. Na segunda, a lua é uma lanterna e olha para o mundo. No fim, comenta-se o silêncio do mundo: "Nenhum som perturba a adorável paz./ Durma, minha criança, durma também."; "Como o mundo está silencioso".
No fim, seria o silêncio dos mortos. Por isso, quase escolhi esta música para o trigésimo dia do desafio, a canção que lembra o mundo. Seria, porém, injusto com Ilse Weber e sua coragem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário