Já escrevi sobre Eduardo Sterzi por ocasião da participação dele (e minha) no evento Voz do Escritor em 14 de junho de 2011.
O evento é organizado pelo Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Nele, já vi, sempre em duplas, Waldo Motta e Ricardo Aleixo, João Gilberto Noll e Cristovão Tezza, Francisco Alvim e Chacal... E gostei de ouvir os escritores em uma conversa com os professores e o público.
Em razão da relevância dos autores que são chamados para falar, não esperava que eu fosse participar dessas conversas, pelo menos não já em 2011. Naquela ocasião, compuseram a mesa os professores (a quem agradeço pela confiança no que escrevo) Jorge de Almeida, Roberto Zular e Fábio de Souza Andrade (que me convidou pessoalmente). Quanto a Eduardo, é evidente que ele tem muito a dizer e que sua fala foi enriquecedora para o público - e para mim.
Fabio Weintraub filmou os trabalhos, mas a bateria caiu. Infelizmente, a câmera já tinha entrado em coma quando vieram as perguntas do público. A pergunta de Fábio de Souza Andrade não foi gravada, mas as respostas sim. Eduardo leu e comentou Borges, o que também foi perdido. E acho que o que fiz melhor foi a leitura de trechos de meu poema hidrelétrico, que também não foi captada.
Há, porém, mais de uma hora para se ver, que dividi, em minha edição, em nove partes. Basta clicar nelas que se abrirá o vídeo no YouTube.
Parte I: Abertura por Jorge de Almeida; apresentação de Eduardo Sterzi por Roberto Zular; Eduardo Sterzi lê "Pássaro-de-ouro" do livro "Prosa".
Jorge de Almeida abre os trabalhos ressaltando a proximidade entre os dois convidados. Zular acentua a variedade na obra de Eduardo Sterzi, que também é crítico, e o autor fala do caráter de coletânea do primeiro livro, "Prosa".
Parte II: Eduardo Sterzi lê "Outro cacto" de "Prosa" e "Personagens" de "O aleijão".
Trata-se de dois momentos e estilos bem distintos da poética de Eduardo.
Parte III: Apresentação de Pádua Fernandes por Fábio de Souza Andrade.
O professor Fábio de Souza Andrade ganha o "O palco e o mundo", que está segurando na foto e lê a generosa resenha que escreveu sobre "Cinco lugares da fúria".
Parte IV: Pádua Fernandes lê poemas de "O palco e o mundo" e "Cinco lugares da fúria" com Eduardo Sterzi.
Parceria improvisada para o segundo poema. Meus textos estão incluídos na descrição do vídeo.
Parte V: Roberto Zular pergunta a Pádua Fernandes e Eduardo Sterzi.
Momento em que se descobre que um dos convidados está mais para Mahler e, o outro, para Webern.
Parte VI: Eduardo Sterzi responde a Fábio de Souza Andrade sobre Dante e o sujeito poético; leitura de Francisco Alvim e de "Jogo" e "1º. de janeiro" de "O aleijão".
Veem-se aqui o Sterzi teórico da literatura e o poeta, talentos que raramente se encontram combinados.
Parte VII: Eduardo Sterzi lê "Escada" de Carlos Drummond de Andrade
Nada menos do que um dos grandes momentos da poesia brasileira, e da poesia do século XX, lido por Eduardo Sterzi.
Parte VIII: Pádua Fernandes responde a Fábio de Souza Andrade e lê Murilo Mendes e Ana Cristina Cesar.
O que falei sobre Ana Cristina Cesar, escrevi no blogue, e trouxe para este espaço um textinho sobre Murilo Mendes, escrito há tempos.
Parte IX: Pádua Fernandes lê Alberto Pimenta, Fabio Weintraub, Eduardo Sterzi e Julián Axat.
A inexistência de Alberto Pimenta, em sua primeira versão, foi a segunda nota deste blogue. E a primeira foi uma entrevista, em vídeo, que fiz com Axat, com a tradução do poema que li nesse dia.
Digo isto ainda: faço uma declaração sobre São Paulo no quarto vídeo. As bombas e os tiros que passaram a assumir o papel de políticas públicas no Estado de São Paulo fazem-me, infelizmente, corroborá-la.
O palco e o mundo
Eu, Pádua Fernandes, dei o título de meu primeiro livro a este blogue porque bem representa os temas sobre que pretendo escrever: assuntos da ordem do palco e da ordem do mundo, bem como aqueles que abrem as fronteiras. Como escreveu Murilo Mendes, de um lado temos "as ruas gritando de luzes e movimentos" e, de outro, "as colunas da ordem e da desordem".
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