Nos documentos sigilosos produzidos pela ditadura militar brasileira, não é difícil encontrar aqueles que explicitam uma visão oficial de que as questões relativas a direitos sociais não eram consideradas, pelo governo federal, como problemas de cidadania e de direitos dos cidadãos, e sim especialmente, ou meramente, como matérias de segurança nacional e controle da sociedade pelo Estado.
Já ressaltei neste blogue alguns documentos dos anos 1960 e 1970 sobre essa questão. Desta vez lembro de um documento do final do governo do general Figueiredo, produzido pela Divisão de Segurança e Informações (DSI) do Ministério da Justiça.
As DSI e órgãos congêneres, tentáculos do sistema de informações, existiam em grande parte da administração pública direta e indireta.
Neste relatório sobre "áreas de tensão social', de 20 de junho de 1984, vemos algumas das suspeitas típicas da ditadura e do sistema de informações; algumas delas, anteriores à constituição do SNI e do próprio golpe de 1964.