Se tudo der certo, participarei em 21 de agosto de uma apresentação ao vivo do Projeto Resistência, Substantivo Feminino, coordenado por Flávia Celestino.
O projeto produziu uma série de depoimentos e debates centrado em mulheres militantes da época da ditadura militar, com diversos convidados. A primeira delas foi Victória Grabois, em 14 de julho de 2020.
Desta vez, a apresentação terá como tema central não a memória de uma militante específica, mas os desaparecidos e o que foi feito deles no processo social de justiça de transição no Brasil. Três importantes intelectuais falarão: Janaina Teles, Leonilde Servolo de Medeiros e Márcio Seligmann-Silva.
Fui chamado para tratar da pesquisa sobre os povos indígenas. Pretendo relembrar, como fiz em evento semelhante do Centro de Estudos Hannah Arendt, o caráter genocida da direita dura militar, que foi alvo de várias denúncias já na época, como neste livreto clandestino de 1974, assinado pela Associação de Ex-Presos Políticos Antifascistas, que pode ser lido na plataforma virtual da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva":
A Comissão Nacional da Verdade e algumas comissões estaduais investigaram as graves violações de direitos humanos desses povos; sobre isso devo tratar.
A questão não deixa de ter diversos reflexos e continuidades no presente, eis que a espoliação das terras indígenas continua, a devastação ambiental acelera-se, as ameaças de setores econômicos como a mineração crescem, tudo isso em época de remilitarização da FUNAI. Os militares voltaram a dirigi-la no governo golpista de Michel Temer e nela permanecem com Bolsonaro, sem jamais terem feito autocrítica dos crimes cometidos durante a ditadura, muito menos do genocídio.
Ademais, com a pandemia do coronavírus, o atual governo federal tem tomado diversas ações e omissões que foram denunciadas ao Tribunal Penal Internacional como novos crimes de genocídio contra os povos indígenas: https://www.dw.com/pt-br/exterm%C3%ADnio-ind%C3%ADgena-pode-levar-tpi-a-julgar-bolsonaro/a-53860455
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